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sexta-feira, 13 de junho de 2008

FAMAB: UMA PROPOSTA PEDAGÓGICA

*Jacó Miranda Machado
A experiência estética dos fazeres artísticos e culturais tem feito parte da construção cotidiana de vida desde os primeiros passos dados pelo homem na construção dos conhecimentos quando começou a cantar, a dançar, deixar marcas gráficas nos desenhos e pinturas das cavernas e em outros espaços. Por isso podemos afirmar que a importância na formação das crianças jovens e adultos na educação geral está ligada a “função indispensável que a arte ocupa na vida das pessoas e na sociedade desde os primórdios da civilização, o que a torna um dos fatores essenciais da humanização.” (Ferraz & Fuzari, 1993: 16) a expressão artística torna-se assim um dos elementos mais importantes para o desenvolvimento do ser humano visto que amplia a percepção do indivíduo sobre si mesmo e de sua relação com o mundo e com sua realidade.
É neste sentido que a FAMAB, propõe um trabalho à luz da musicalidade.
A música é um instrumento de aprendizagem pouco utilizado no cotidiano escolar de forma mais abrangente que as eventuais cantigas de roda das turmas de educação infantil.
Para que a aprendizagem da música possa ser fundamental na formação é necessário que todos tenham a oportunidade de participar ativamente como ouvintes, intérpretes, compositores e improvisadores, portanto propiciará ao aluno a compreensão do contexto em que está inserido pois nas peças musicais estão expressos ritmo, história de vida, valores, conceitos e outras categorias que podem ser incorporadas no decorrer da construção de um trabalho a luz da musicalidade.
É estabelecendo relações e comparações entre as expressões musicais vivenciadas no dia a dia sejam elas regionais ou nacionais, populares ou eruditas observadas eventualmente por meio da participação em eventos musicais da cultura popular, shows, concertos, festivais e apresentações musicais diversas, que a escola pode oferecer, que se possibilitará o desenvolvimento estético musical por meio destas apreciações artísticas, tendo os alunos a oportunidade de explorar diferentes estruturas sonoras, constatar e modificar idéias musicais.
Aprender a sentir, expressar e pensar a realidade sonora ao seu redor auxilia o jovem em fase de escolarização básica a construir capacidades, habilidades e competências em musicalidade, desenvolvendo uma nova dimensão sensível a realidade posta. Uma nova linguagem humana inerente na sociedade.
Este trabalho vem sendo desenvolvido transversalmente no interior da escola, aplicando-se de forma diferenciada da tradicional, valores como o respeito ao próximo, a disciplina e categorias como a criatividade, a criticidade, a autonomia e a auto-estima além de estimular a competitividade sadia onde perder ou ganhar deverá ser encarado com serenidade e equilíbrio.
Nosso trabalho não tem o objetivo de substituir a sala de aula, nem tão pouco minimizar a responsabilidade das aulas conceituais, contudo oferece a possibilidade da escola aprofundar conhecimentos que são importantes para os indivíduos ao longo de suas vidas, trata-se de priorizar conhecimentos importantes para o futuro dos jovens aliando os conteúdos ao prazer de participar de uma atividade de construção coletiva além disso a escola passa a ter a oportunidade de aproximar-se da comunidade discente propiciando a ela um espaço cultural.
A proposta visa estimular a compreensão de saberes, voltados ao crescimento intelectual dos indivíduos, a partir da ótica do trabalho coletivo e acima de tudo do prazer, do lúdico e da experimentação, constituindo desta forma um produto moldado por meio da descoberta das habilidades de cada um sujeito que constitui o processo.
“...antes de conhecer o sujeito se interessa por... é “curioso” é “esperançoso” (Freire). Daí a importância do trabalho de “sedução” (Nietzsche) do professor, da professora, frente ao aluno, à aula. Seduzir no sentido de encantar pela beleza e não como técnica de manipulação dai a necessidade da motivação que deve vir de dentro do próprio aluno e não da propaganda. È preciso mostrar que aprender é gostoso, mas exige esforço.”
(GADOTTI. Moacir, 2003)

A participação dos sujeitos tem se constituído em etapas, no entanto, estas não são dicotomizadas fazendo assim parte de um processo permanente compondo-se em várias ações que acontecem paralelamente.
Todos participam das aulas práticas, e também da confecção de alguns elementos que são utilizados nas apresentações e concursos a qual a Fanfarra participa durante o ano.
A experiência da FAMAB vem sendo moldada durante os últimos anos, as mudanças vem sendo efetivadas e os resultados aos poucos vem aparecendo.
Os alunos e ex-alunos que participam da FAMAB apresentam um maior nivel de consciência social e política, o interesse pela continuidade dos estudos também vem sendo observado.
Com isso mais uma etapa vem sendo planejada para a melhoria do projeto, trata-se da implantação de aulas preparatórias para o processo seletivos de universidades e concursos públicos além do reforço para aqueles que tiverem tendo dificuldades em alguma disciplina escolar.
Além disso a coordenação da fanfarra foi ampliada tendo todos seus membros o mesmo peso e tendo a frente uma coordenação geral formada por três membros, com isto foi dada a oportunidade a alguns jovens adquirirem a experiência necessária para no futuro darem continuidade ao projeto.
* Licenciado Pleno em pedagogia pela Universidade Federal do Pará- UFPA. Especialista em Pedagogia Escolar pelo Instituto Brasileiro de Pós-graduação e Extensão – IBPEX/Faculdade Internacional de Curitiba - FACINTER. É coordenador colaborador prestando assessória pedagógica para FAMAB, é do quadro efetivo da Secretaria de Estado de Educação do Amapá, atuando como Especialista Em Educação na Escola Estadual Mário Quirino da Silva e é Coordenador do Progama Segundo Tempo do Ministério dos Esportes. (Nucleo Mário Quirino)

ENSAIOS A TOQUE DE CAIXA

Os ensaio da FAMAB estão ocorrendo todos os dias